Wednesday, September 19, 2012

Por quê tem tantos banqueiros?

No mundo incriado, o cientista e o artista, que eram amigos secretos, se disseram:

- Eu falto o que você tem.

- O que é isso?

- Coragem.

No dia seguinte, o cientista virou artista e o artista virou banqueiro. É por isso que tem tantos banquieros no mundo.

O Indispensabilidade do Cientista

Eu me levanto no meio da noite, mas sei que não é o meio da noite. É madrugada. Eu sei disso porque sou cientista.

A ciência abriu a minha mente para as coisas que o mundo não conhece - que jamais conheceria - sem a minha existência disciplinada.

Como seria o mundo, sem nós - os cientistas-reveladores?


Saturday, March 17, 2012

Renascimento

O que é língua?

Nasci neste mundo
sem língua e sem entendimento
mas com tempo, fui aprendendo,
um pouco aqui, um pouco ali,
e agora já sou adulto
e agorja vejo o mundo
o mundo de meu nascimento

Mas existem outras línguas
que eu não conheço,
de vidas desconhecidas
de vidas não-nascidas
mas se eu aprender
apenas uma dessas
certamente, ganharei
mas uma vida.

Friday, December 9, 2011

"Falha a fala, fala a bala"

Assisti a palestra da professora Fitzgibbon sobre as favelas do brasil. Para mim, o que foi mais perturbante foram as coisas que os jovens diziam sobre a vida na favela. Recordei algumas citações:

"Prefiro ser alguém com uma vida curta do que um ninguém com uma vida longa."

"O meu único amigo é a minha mãe."

"Eu roubo para viver."

"A vida é difícil. Se eu morrer,  vou descansar."

"Meu pai só vinha para me abusar."

"Não sou criança."

"Se você é homem, morre como homem."

Os rapazes que mexem com o tráfico de drogas, disse a professora, vivem até uns 17, 18, talvez 25 anos de idade

Quanto mais eu vejo exemplos assim, mais eu vejo que somos seres sociais. Quer dizer, uma parte grande de quem nós somos é influenciado pela sociedade. Eu tenho compaixão por aqueles rapazes, porque não escolheram adotar um sistema tão disfuncional de ser. A responsibilidade que nós temos é viver de uma forma que não marginaliza as pessoas, e tentar tranformar as tradições e preconceitos prejudicais que pragam a sociedade. Esses rapazes não reijetaram uma vida melhor; eles não sabiam que uma outra vida existisse para eles.

Fácil de dizer, difícil de fazer.

Tuesday, December 6, 2011

XRM-2600

- Isso quer dizer que eu também vou ser promovido?
- Não, senhor Guerreiros. O senhor será demetido por justa causa.
- O quê?! Justa causa?! Mas eu não fiz nada!
- Eu devia dizer "justas causas". O senhor quer que eu as enumere? Agressão, afastamento deliberado do local de trabalho durante o expediente, irregularidade no horário de almoço, atitude suspeita dentro da empresa. Será que iss basta:
- Mas... mas... mas... eu... eu não fiz essas coisas.
- Há testemuhas, senhor Guerreiros, e para seu azar há várias para cada irregularidade.


O Manifesto Masculino
1. Eu sempre tenho razão
2. Minha causa é justa
3. As pessoas não mudam. Os meus inimigos atuais foram sempre meus inimigos. Tal vez eu não o soubesse ao princípio, mas sempre foi assim.
4. Não vejo meus erros, porque não erro.
5. Quando eu sofro, é por causa da maldade dos outros.
6. Sou profeta. As maldições que eu prevejo acontecem, para mim.
7. Jamais faço amizade com um homem pintado
8. Auto-aperfeiçoamento? O quê?!

- Felipe Guerreiros



Eles Eram Muitos Cavalos

Seu pai mandou falar que reza todo dia pra você na missa das sete. Que não é pra se preocupar não porque o Menino Jesus de Praga estará sempre ao seu lado.
Beijos meu filho queridoda sua mão saudosaque te ama,
Glorinha


Escolhi esse trecho porque acho importante como a carta mostra a diferença de religiosidade. O livro deixa claro que muitas pessoas em São Paulo veem a religião como um fonte integral de propósito e consolo. Por outro lado, existem também muitas pessoas que vivem sem religião. Estas pessoas fazem parte da mesma sociedade, e muitas vezes fazem parte da mesma família. Nesta carta, uma mãe religiosa escreve para um filho que talvez se estraviasse um pouco do caminho que ela esperava.

No mundo moderno, a lacuna entre os religiosos e os não-religiosos está ficando cada vez mais larga. Nós então temos o desafio de conectar as duas facções da sociedade que são fundamentalmentes diferentes. Como fazer isso?

Gostaria de prover uma resposta sucinta e convincente, mais eu acho essa pergunta a questão principal de nossos dias. Mas, eu tenho um pensamento.

Sou de uma família bem religiosa. Meus pais e todas as minhas irmãs participam na igreja, menos uma. A mais velha deixou de ir para a igreja faz 14 anos. Quando a família ficou sabendo, foi uma confusão total. Meus pais ficaram frustrados, minha irmã ficou cada vez mais rebelde e distante, e eu não sabia o que pensar. Desde aquela época, a família já melhorou muito. Não quer dizer que todos estão dentro da igreja de novo, mas todos nós temos um bom relacionamento de amor e entendimento. O relacionamento que meus pais tem com a minha irmã é melhor do que jamais foi.

Não tenho uma resposta certa, mas acho que tem a ver com amor sincero. Não amor falso para dominar. Isto aplica para os dois lados.

Friday, November 18, 2011

palestra: reação tardia

Assisti a palestra do professor.

Depois de assistir A Hora da Estrela, eu percebi porque o professor se preocupa tanto com a cultura machista que existe no Brasil. A visão da nordestina muda me pertubou, assim como pertubou o narrador do conto. Eu acho que Clarice, Rodrigo S.M., o professor e eu tenhamos uma coisa em comum que permite que vejamos algo ignominioso na cultura: isto é, todos nós vivemos fora daquele mundo. Nenhum de nós tomamos para concedido os fatos da cultura brasileira.

Falando em termos sociológicos, um papel da literatura é revelar as águas em que nós, os peixes, nadam. A literatura responde aos fatos tomados para concedidos pela sociedade.